A cultura teve papel decisivo na formação e desenvolvimento de São Paulo. Ao longo dos anos, a cidade ganhou destaque no cenário internacional das artes, seja pela realização de grandes eventos, pela criação de calendário e circuito específicos ou pela recepção de grandes exposições e artistas a museus e galerias. Longe de ter apenas caráter educativo, a cultura assumiu na capital uma importante função na economia.
Para entender como se deu a consolidação e o reconhecimento dessa identidade de São Paulo como núcleo cultural, o ciclo Cultura, Institucionalidade e Gestão, promovido pela Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, reúne os dirigentes das instituições culturais que são centrais na estrutura que São Paulo tem hoje.
No dia 19 de setembro, às 19h, o encontro Instituições Culturais 2: Masp, Bienal e Itaú Cultural dará voz a Heitor Martins, diretor presidente do Masp, e Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, parceiro do IEA na Cátedra e que sediará o evento. A mediação de Ricardo Ohtake, presidente do Instituto Tomie Ohtake e titular da cátedra. O primeiro encontro sobre o tema, no dia 22 de agosto, já reuniu o diretor regional do Sesc-São Paulo, Danilo Miranda, e o diretor do Museu Afro Brasil, Emanoel Araújo.
Como explica o coordenador acadêmico da cátedra, Martin Grossmann, o papel da cultura em uma cidade do porte de São Paulo ganhou destaque em particular pela consolidação de algumas instituições culturais, apoiadas por políticas públicas e privadas voltadas à cultura.
“Este encontro reunirá dirigentes que estão à frente de instituições culturais que são exemplares na condução de uma política cultural apoiada por instituições privadas. Heitor Martins além de ser presidente do Masp, liderou a Fundação Bienal de São Paulo, onde comandou uma operação que trouxe de volta o equilíbrio financeiro e institucional dessa que é uma das mais importantes bienais de arte do mundo”, explica Grossmann.
Já Eduardo Saron irá representar uma instituição que hoje não só desenvolve uma intensa programação cultural como também promove formação continuada na esfera da gestão cultural e apoia importantes equipamentos culturais no Brasil, como Inhotim. Juntos, Martins e Saron irão expor seus projetos de gestão, as dificuldades que enfrentaram e enfrentam, e os desafios para os próximos anos.
A partir do dia 26 de setembro, a programação do ciclo promovido pela cátedra se dedica a importantes dirigentes culturais no pós-guerra. O primeiro evento terá o músico pernambucano Antônio Nóbrega e a artista plástica paulista Regina Silveira. Nóbrega irá discorrer sobre o perfil de Ariano Suassuna como gestor cultural, enquanto Regina falará sobre Walter Zanini, primeiro diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, onde será o debate.
“A maturidade e a potência da atual estrutura cultural da cidade de São Paulo se devem não só às políticas públicas e privadas como também a personalidades que se dedicaram integralmente à criação e consolidação de equipamentos culturais, como museus, bibliotecas e a Bienal. Eles são pioneiros e originais em seus projetos, e suas ações têm sido modelares no processo de descentralização da cultura, o que ocorre no Brasil desde o início do século”, diz Grossmann.